"PAI AMAMENTANDO" (Is 49, 8-15)
Pe. Natalício.
Em quinze de janeiro de 1989, tomei posse na Paróquia São João Batista
de São João do Ivaí. Fui substituir o Padre Osvaldo Campos de Almeida,
que havia sido transferido para Borrazópolis. Dona Maria mendonça era a
empregada que zelava da casa paroquial. Casada com Zezé, lavava
cosinhava e deixava a casa um brinco! Quem limpava a Igreja era a dona
Dita. E quem trabalhava na secretaria paroquial era Neire Lucia da Silva
Costa. Era solteira e morava com suas irmãs Ivone e Ivete e sua mãe
viúva, dona Isabel Rainha de Portugal. Por mais de cinco anos trabalhei
naquela Paróquia e quando fui transferido as pessoas que trabalhavam
eram as mesmas.
Em
onze de fevereiro de 1994, assumi a Paróquia Bom Jesus de Ivaiporã,
onde morava a minha família. Minha irmã Cassiana morava com meu pai e
minha mãe, no Jardim Imperial e trabalhava comigo na casa paroquial.
Além de lavar, cozinhar, passar, era minha companheira que
incentivava-me na missão. Quando a Lúcia ficou sem trabalho, em São do
Ivaí, conversei com a mãe dela, com meu pai e minha mãe e com a equipe
de finanças da Paróquia Bom Jesus e ela veio morar com minha família, e
junto com a Cassiana, trabalhava na Paróquia. Sua missão era organizar a
secretaria do Dízimo e gerenciar uma lojinha de material Eclesiástico
que funciona até hoje naquela Paróquia.
Por
não ter se casado e já estar com idade adulta, Neire Lúcia tinha um
grande desejo de adotar uma criança. Porém muitas vezes lhe avisei sobre
as dificuldades de uma adoção. Mas ela não desistia! Em fevereiro do
ano 2000, quando viajei de férias com minha mãe e meu pai à Minas
Gerais, a Lúcia descobriu uma criança que estava pra nascer e a mãe não
podia criar, teria que doá-la. A mãe desta criança (Odete de Fátima
Ribeiro), morava em Cãndido de Abreu e, ainda grávida, recebeu a Lúcia e
fizeram os primeiros acordos para a adoção. Ainda em viagem, ela pediu
que eu a ajudasse. Fomos à Cândido de Abreu e, no dia 22 de fevereiro,
quatro dias depois do seu nascimento, Maria Isabel, veio morar conosco,
na casa Paroquial. A dona Isabel, mãe da Lúcia, veio nos ajudar por
alguns dias.
Claro
que uma criança de quatro dias, chorava muito, por várias razões,
inclusive, por não poder mamar na sua mãe. Era muito curioso, ouvir
choro de criança na casa Paroquial. Surgiam muitas perguntas e
curiosidades. Não me cansava de contar a alegria de ter adotado uma
criança. Todos os nossos vizinhos e lideranças da Paróquia nos ajudaram.
Nunca iremos esquecer a ajuda de dona Terezinha Kletemberg, Helena
Cobianchi e Édna Brosso e tantas outras pessoas. Por muitas vezes à
noite, quando a Bebel chorava com as cólicas, eu a pegava nos braços e a
encostava junto à mim, permitindo que recebesse meu calor e a ninava
até que dormisse.
Outras vezes, saciei-lhe a fome com uma mamadeira quentinha! Era
um Benção o pai amamentando sua filha. Ela tão pequenininha e eu tão
grandão, pesava mais de cem quilos na época! Ao cuidar daquela
criancinha, lembrava-me da passagem do profeta Izaías, onde Deus é
comparado com uma mãe que não despreza a criança que gerou (Is 49, 8-15)
. Fico a imaginar Deus nos carregando no colo! Aliás, a música "Rastros
na Areia" fala disso. De fato Deus tem um carinho enorme por nós! Jesus
veio nos revelar este Amor! A história do Filho Pródigo é fantástica
neste sentido! Gostaria que todas as pessoas entendessem que Deus é
assim! Tem um Amor infinito por nós! Creio nisso! Prego isso! Trabalho
pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que neguemos o Vosso Amor por nós!
- Protegei-nos de todos os males!
- Concedei-nos o conforto de que precisamos!
- Fazei-nos dimâmicos no anúncio de Vosso Amor!
- Aceitai nossos louvores pelo carinho que tens por nós!
AMÉM!