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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

MENSAGEM DIARIA Pe. NATALICIO.

                                                                                       
                                                                      "MENINO LAVADOR"(Ml 3, 1-4. 23-24).
                                                                Pe. Natalício.


                                                                 Durante sete anos morei na roça, no Distrito de Jacutinga no município de Ivaiporã. Morávamos num sítio de cinco alqueires numa região de muitos morros. Nossa casa ficava no meio da propriedade. Havia pirambeira por cima e por baixo da casa. Havia uma mina d'agua que servia pro uso da casa. Mas não deva pra lavar roupas. Somente nos tempos da chuvarada isso era possível. Durante a maior parte do ano as roupas deviam ser lavadas no córrego que havia nos fundos da propriedade. Não me sai da lembrança a imagem da minha irmã Cassiana com a bacia na cabeça...
                                                                  Cassiana é uma de minhas irmãs. Falecida em 2 de junho de 2007, passava horas e horas nas grandes pedras do córrego lavando nossas roupas grossas de terra pelo serviço na capina da lavoura. Aquelas calças Jeans pesadas de sujeira voltavam limpinhas. Cassiana subia pelos trilhos no meio dos pastos com aquele enorme peso na cabeça. Ao chegar no terreiro da nossa casa, colocava todas as roupas no varal. Que trabalhão! No fim da tarde ela estava muito cansada. Também não era pra menos. Eu nunca tentei ajudá-la. Nunca aprendi lavar roupas...
                                                                  Tenho algumas lembranças da minha mãe lavando roupas na bacia. A primeira água ficava grossa com as sujeira da labuta no trabalho da terra. Aquela água era chamada de "barrela". Barrela quer dizer barro mole. Água muito suja, grossa de sujeira. Eu não pratiquei lavagem de roupa, mas podia ser chamado de menino lavador. Quantas vezes lavei todo o equipamento de moer cana! Depois da moagem, tinha que lavar tudo pois havia muito mosquito e abelha. Devia lavar as moendas, o tabuado, as bicas, os coxos os tachos, a mesa e as tabuletas da enformar o melado.
                                                                    Ao ler o Profeta Malaquias, deparei com uma comparação bem esquisita. Fala da "Barrela dos lavadores". A frase está no contexto de anúncio de alguém que viria para preparar a vinda do salvador. Podemos dar uma olhadinha? (Ml 3, 1-4. 23-24). Esse preparador para a vinda do Messias é nosso querido São João Batista. Filho de Isabel e Zacarias. Seu nascimento foi misterioso e causou muitas graças para Isabel e para seus visinhos. Muita gente vivia a perguntar o que viria a ser o futuro daquele menino. Poderíamos dizer que seus destino é ser "um menino lavador".
                                                                    Devemos tirar toda a sujeira de nossa alma. Devemos jogar fora a barrela das nossas sujeiras. Esse "lava lava" deve fazer parte da vida da comunidade. Juntos podemos lavar nossas roupas. Não se deve ficar criticando ou falando mal da sujeira do outro. Mas devemos praticar a solidariedade, especialmente com nossos vizinhos. Se a vizinhança vai bem todo o mundo irá bem. Foi assim que aconteceu com a família de Santa Isabel. Devemos construir e cultivar boas relações com nossos vizinhos. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA....



ORAÇÃO:


Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que continuemos vivendo na sujeira!
- Abençoai nossas relações com a vizinhança!
- Fazei-nos solidários na limpeza comunitária!
- Perdoai-nos pelas vezes que fizemos critica maldosa das pessoas!
- Acolhei nossa gratidão pelos bons vizinhos...
                                                                                AMÉM.           

sábado, 21 de dezembro de 2013

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.



                    


                                            "CORAL DE ROLINHAS" (Ct 2,8-14).
                                                                       Pe. Natalício.


                                                                         Meu tempo de criança foi vivido em Minas Gerais. Meus pais trabalhavam na roça e não tinha convivência com a vida urbana. Não frequentávamos escola. Nossa mãe nos ensinava o ABC, o beabá, a cartilha de nomes e um pouco de matemática. Também nos ensinava a catequese. Foi ela que me preparou para a Primeira Comunhão. Cresci convivendo com as plantas e os animais. Nossos brinquedos eram coisas da natureza. Pescar, andar à cavalo, caçar passarinhos....
                                                                         Quantos passarinhos pegamos no laço que papai armava ou na arapuca que mamãe fazia! No mangueirão dos porcos costumava juntar um bando enorme de rolinhas. Havia fartura de comida pra elas. O farelo do moinho e o resto do milho que os porcos comiam atraiam muitas aves. As árvores ali por perto ficavam cheias dessas pequenas aves. Cada vez que íamos ver se havia passarinho na arapuca, era muita emoção!. De longe podíamos perceber se estava ou não desarmada.
                                                                        Ao ver que na arapuca havia alguma caça, descíamos o morro correndo. Era uma ansiedade enorme. Para tirar a caça da arapuca era preciso muito cuidado. Algumas vezes, não cuidamos direito e perdemos a caçada. Aí ficávamos muito tristes. Que chateação! Ficávamos olhando os bichinhos cantando e fazendo show nos galhos das grandes aroeiras que haviam ali por perto! Era maravilhoso ouvir o cantar das rolinhas! Durante o horário mas quente do dia era um espetáculo...
                                                                        Hoje, ao ler o Livro dos Cânticos dos Cânticos, fico a recordar sobre esse passado. No poema sobre a corrida para o grande encontro do casal apaixonado, a voz da amada é comparada ao canto da rolinha (Ct 2, 8-14).  Rolinhas à parte, é impressionante o efeito que tem a voz da pessoa amada no ouvido da gente! Isso pode ser notado no comportamento das criancinhas quando ouvem a voz da mãe que, estando ausente, se aproxima. O contentamento da criança é inevitável...
                                                                       A nossa voz tem um poder enorme. Ao ler o Evangelho de Lucas, no relato da visita de Nossa Senhora a Santa Isabel, notamos o poder da voz da Mãe de Jesus ao chegar aos ouvidos da Mãe de João Batista. Isabel ficou cheia do Espírito Santo. João Batista que estava em seu ventre, exultou e foi santificado. Diante disso, devemos usar melhor nossa voz e nossas palavras. Podemos santificar ou revoltar alguém. Podemos ser fonte de alegria ou de tristeza. Gostaria que todos nós pudéssemos ser instrumentos a serviço da santificação das pessoas. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...



ORAÇÃO:



Ó Deus, Pai de Poder! 
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que usemos mal nossa voz!
- Orientai-nos para que nossas palavras sejam santificantes!
- Dai-nos sabedoria para levar alegria e santidade para as pessoas que encontrarmos!
- Perdoai-nos pelas vezes que usamos erradamente nossa voz!
- Recolhei nossa ação de graças pelo dom de nossa comunicação...
                                                                                                                           AMÉM.