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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.

 
"PRA QUE SERVEM SAPATOS VELHOS?" (1 Jo 3, 11-21).
                                                 Pe. Natalício.
 
                                                                           Essa pergunta, pode ter várias respostas. Sapato velho pode ser título de música! Foi isso que aconteceu com o Grupo Roupa Nova. É bom dar uma conferida na letra dessa musica: "É! Talvez eu seja simplesmente, como um sapato velho, mas ainda sirvo se você quiser. Basta você me calçar, que eu aqueço o frio dos seus pés". Mas, sapato velho pode servir para fazer lanche para um filho pobre. Fazer lanche com sapato velho? Sim. Foi isso mesmo que aconteceu no filme de Charles Chapplin. A cena é de fazer chorar e causar humor. É incrível ver o "pai vagabundo" tentando partir a sola do sapato dentro de um prato.
                                                                          Por ser de origem roceira, gosto muito da música sertaneja! Nos programas que faço aqui na Rádio Comunitária de Marilândia do Sul, sempre estou rodando músicas desse gênero. Dia desses, minha mãe telefonou na Rádio e pediu a música: "Canção da Fraternidade" . Fazia muito tempo que não ouvia esta música! Já não me lembrava mais! Dom e Ravel tem belas músicas mensagem! Uma das que mais toco aqui nos meus programas é: "Obrigado ao Homem do Campo". Mas, essa da Fraternidade é maravilhosa! Há um trecho que fala de sapato velho. Vamos dar uma olhada na letra da música?
                                                                           "Eu queria ser um sapato encostado Pra calçar um irmão favelado "cantemos juntos". Vejo tantas famílias naqueles barracos Acenando os sapatos furados "cantemos juntos". A leta da música é mais extensa. Insiste muito no "Queria ser". Mas repete sempre "Cantemos Juntos". E a conclusão é maravilhosa: "Só queria ser o pouquinho que sou. Semeando esse amor entre os homens "Cantemos juntos" Vendo tantos amigos cantando comigo. Com a mesma alegria de ontem. "Cantemos juntos". Mesmo sendo pequeno, posso fazer algo. "Não posso fazer tudo. Mas devo fazer tudo o que posso". Essa canção remete-me para um trecho de Carta de São João.
                                                                            "Nisto conhecemos o amor: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui riquezas neste mundo e vê o seu irmão passar necessidade, mas, diante dele fecha o seu coração, como pode o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, pois se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas" (1 Jo 3, 11-21).
                                                                             Todos nós podemos partilhar alguma coisa. Por outro lado, há muita gente passando necessidades. Sempre há alguém mais pobre do que nós. A partilha é critério para provar que somos de Jesus. É mentiroso quem diz ser de Jesus mais é capitalista, egoísta, avarento... Não precisamos ser sapato velho ou roupa surrada. Temos algo melhor! Temos carinho! Temos solidariedade. Não adianta dar coisa velha  se não damos carinho e atenção. Dar roupa velha e calçado surrado até que é fácil. Muita gente até aproveita para fazer uma limpa no guarda-roupa.  O difícil mesmo é dar de nós mesmos. Mas vamos melhorar. Creio nisso! Prego isso! E que assim seja...

                                                                             
 
 
 
ORAÇÃO:


 
 
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos indiferentes ao sofrimento dos pobres!
- Tornai-nos solidários com as pessoas mais pobres que nós!
- Fazei-nos entender que sempre podemos partilhar algo de nós mesmos!
- Conservai nossos corações abertos para os sofredores!
- Aceitai nossos louvores pelas pessoas que petilham sempre....
                                                                                            AMÉM.







quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.

     "COISA DE FAMÍLIA" (Mc 6, 34 - 44).
                          Pe. Natalício.

               
                                                       Meu avô, pai do meu pai, se chamava José Silvério da Silva e, com sua esposa, minha avó, Ana Ribeiro, tiveram 10 filhos. Eram 8 homens e 2 mulheres. Os nomes eram todos ligados com a religião cristã, com a fé que professavam. Os homens eram: João, José, Antonio, Sebastião, Geraldo, Miguel, Pedro e Joaquim. As duas mulheres chamavam-se Tereza e Maria. O tio Joaquim é o caçula e, por ocasião do seu nascimento, morreu a minha vó. Com tantas crianças novas, meu avô casou-se com a Dona Tereza que foi sua segunda esposa e minha madrinha de batismo. 
                                                       Naqueles tempos, antes do Consílio Vaticano II, a maneira das famílias praticarem sua fé era a Religiosidade Popular. Havia muita devoção aos Santos, muita reza do terço e Folia de Reis. A família do meu "Padrim Zezinho" tinha forte tradição religiosa. Ele era Mestre de Folia. Como não tinha irmãos, criou forte amizade com dois senhores também ligados às tradições religiosas: Américo Rodrigues e Miguel "Tropeiro".
                                                       Foi neste clima de fé que surgiu a Companhia de Reis do Zezinho Silvério. Era uma Folia diferente. As visitas eram feitas só à noite. Era como uma serenata. Chegava, silenciosamente, na casa das pessoas nas altas horas da noite ou nas madrugadas e cantava, em várias vozes. Cantava-se o hino próprio de Santos Reis expressando o significado daquela visita. Não devia fugir do texto bíblico. Por isso o embaixador devia ser Mestre no assunto. Não era brincadeira. Era uma missão. Eram pessoas simples mas tinha muita fé e respeito pela Igreja. Antes de sair para a missão o Mestre conversava com o Pároco e recebia a sua bênção. Eu mesmo, na minha juventude, fiz parte dessa Companhia.
                                                       Era maravilhoso ver o esforço e a dedicação de tanta gente simples e humilde, sem roupas finas e descalça, sem diploma escolar e sem muito conforto financeiro! Havia um sentimento de partilha e de solidariedade. No fim da noite, no romper da aurora, quando se atendia a última casa, havia uma partilha de alimento. Era gente pobre, mas partilhava o pouco que tinha, todos comiam e ainda sobrava. Era a vivência daquilo que está no Evangelho. Com apenas alguns peixes e alguns pães muita gente comeu e até sobrou (Mc 6, 34 - 44). 
                                                        Essa é a doutrina do Novo Reino que Jesus veio implantar. A partilha deve destruir o capitalismo. O egoismo deve dar lugar à solidariedade. A vida comunitária supera o individualismo. Foi neste clima que fui formado. É assim que quero viver. É isso que prego e acredito. Sei que os frutos serão fartos e duradouros. Sei que o resultado será fantástico. As gerações futuras irão colher os frutos e semear as sementes para o Reino Eterno. Quero que muita gente venha conosco nesta Grande Companhia que vai além de uma Folia de Reis. Rezemos juntos...


 
ORAÇÃO: 
 
Ó Deus! Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Ajudai-nos a conservar os valores da solidariedade!
- Protegei os valores da Religiosidade popular!
- Fortalecei nossa batalha contra o egoismo!
- Abençoai nossas companhias de Reis e a Grande Companhia! 
- Aceitai nossa gratidão pelas nossas partilhas....
                                                                             AMÉM!