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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.

     "COISA DE FAMÍLIA" (Mc 6, 34 - 44).
                          Pe. Natalício.

               
                                                       Meu avô, pai do meu pai, se chamava José Silvério da Silva e, com sua esposa, minha avó, Ana Ribeiro, tiveram 10 filhos. Eram 8 homens e 2 mulheres. Os nomes eram todos ligados com a religião cristã, com a fé que professavam. Os homens eram: João, José, Antonio, Sebastião, Geraldo, Miguel, Pedro e Joaquim. As duas mulheres chamavam-se Tereza e Maria. O tio Joaquim é o caçula e, por ocasião do seu nascimento, morreu a minha vó. Com tantas crianças novas, meu avô casou-se com a Dona Tereza que foi sua segunda esposa e minha madrinha de batismo. 
                                                       Naqueles tempos, antes do Consílio Vaticano II, a maneira das famílias praticarem sua fé era a Religiosidade Popular. Havia muita devoção aos Santos, muita reza do terço e Folia de Reis. A família do meu "Padrim Zezinho" tinha forte tradição religiosa. Ele era Mestre de Folia. Como não tinha irmãos, criou forte amizade com dois senhores também ligados às tradições religiosas: Américo Rodrigues e Miguel "Tropeiro".
                                                       Foi neste clima de fé que surgiu a Companhia de Reis do Zezinho Silvério. Era uma Folia diferente. As visitas eram feitas só à noite. Era como uma serenata. Chegava, silenciosamente, na casa das pessoas nas altas horas da noite ou nas madrugadas e cantava, em várias vozes. Cantava-se o hino próprio de Santos Reis expressando o significado daquela visita. Não devia fugir do texto bíblico. Por isso o embaixador devia ser Mestre no assunto. Não era brincadeira. Era uma missão. Eram pessoas simples mas tinha muita fé e respeito pela Igreja. Antes de sair para a missão o Mestre conversava com o Pároco e recebia a sua bênção. Eu mesmo, na minha juventude, fiz parte dessa Companhia.
                                                       Era maravilhoso ver o esforço e a dedicação de tanta gente simples e humilde, sem roupas finas e descalça, sem diploma escolar e sem muito conforto financeiro! Havia um sentimento de partilha e de solidariedade. No fim da noite, no romper da aurora, quando se atendia a última casa, havia uma partilha de alimento. Era gente pobre, mas partilhava o pouco que tinha, todos comiam e ainda sobrava. Era a vivência daquilo que está no Evangelho. Com apenas alguns peixes e alguns pães muita gente comeu e até sobrou (Mc 6, 34 - 44). 
                                                        Essa é a doutrina do Novo Reino que Jesus veio implantar. A partilha deve destruir o capitalismo. O egoismo deve dar lugar à solidariedade. A vida comunitária supera o individualismo. Foi neste clima que fui formado. É assim que quero viver. É isso que prego e acredito. Sei que os frutos serão fartos e duradouros. Sei que o resultado será fantástico. As gerações futuras irão colher os frutos e semear as sementes para o Reino Eterno. Quero que muita gente venha conosco nesta Grande Companhia que vai além de uma Folia de Reis. Rezemos juntos...


 
ORAÇÃO: 
 
Ó Deus! Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Ajudai-nos a conservar os valores da solidariedade!
- Protegei os valores da Religiosidade popular!
- Fortalecei nossa batalha contra o egoismo!
- Abençoai nossas companhias de Reis e a Grande Companhia! 
- Aceitai nossa gratidão pelas nossas partilhas....
                                                                             AMÉM!

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