"COISA DE CAÇADOR" (At 5, 17 - 26).
Pe. Natalício.
Em 1954, quando nasci em Minas Gerais, não havia muito conforto naquela região. Era e é uma região muito montanhosa e com pouca vegetação. Nas margens dos rios, nas grotas e nascentes haviam restingas e matas. Naquele ambiente desértico, havia muitos animais selvagens! Inclusive lebres, coelhos, veados e outros! Havia muitos pássaros grandes como a juriti, pomba do campo, saracura, jacu, entre outros. Viviam sossegadamente! A única preocupação era com os caçadores! Naquela época e naquele ambiente, a caça não era proibida! Havia muitos caçadores treinados. Também tinha os lugares especiais onde esses animais ficavam ou passavam constantemente.
Meu pai e os irmãos dele, gostavam de caçar! Cada um tinha duplas de
cachorros treinados para esse objetivo. Inclusive iam trelados um com o
outro até a hora de soltá-los
para a caça. Tinham a tarefa de "levantar o animal" para os caçadores
atirarem! Aqueles homens usavam até cornetas própias para estimular os
cães à caça! Quando conseguiam matar um animal, era uma festa! Para os
cachorros e para os caçadores! Vinham pra casa
muito felizes! E acontecia o banquete! O animal era abatido, não por
maldade, mas para a própria sobrevivência das famílias. Claro que hoje
isso não é mais permitido. Temos leis que proíbem isso! São as leis
ecológicas que devem ser respeitadas...
Gostava de ouvir as histórias que papai e meus tios contavam sobre
caçadas! Algumas até pareciam mentira, como acontece com os pescadores.
Lembro-me da história de
um caçador que encontrou um casal de filhote de urubu e pensou em levar
pra casa e criar os bichinhos. Assim aconteceu. Ali no terreiro, junto
com as galinhas, o casal de abutres cresceu normalmente. Era grande
curiosidade para toda a vizinhança. Mas quando
as aves negras cresceram era impossível aguentar. Aquele homem criava
porco e costumava castrar as porcas para a engorda. Mas os urubus não
permitiam cicatrizar o corte na barriga das leitoas. Viviam bicando e
arrebentando os pontos da cirurgia. O tal homem
tinha que dar uma jeito...
Certo dia, bem cedinho, pegou o casal carniceiro, colocou dentro de um
saco e viajou para um lugar bem distante. Depois de várias horas de
estrada, tendo cruzado
muitas e muitas montanhas e vales, soltou ali o casal de aves e voltou
por outro caminho. Nunca mais queria ver aqueles animais. Era tarde da
noite quando chegou em casa cansado da viagem. Ao chegar, sua esposa lhe
perguntou o que havia acontecido. Pois antes
do sol entrar o casal de urubu já estava de volta. Aquele homem repetiu
essa tarefa várias vezes e não adiantou nada. Percebeu que aqueles
bichos eram mais espertos que ele. Voavam sobre vales e montes e
chegaram primeiro. Hoje fico pensando no que aconteceu
com Pedro e João quando foram presos para não pregarem no templo. Mas
não adiantou...
"Durante a noite, o anjo do Senhor abriu as portas da prisão e os fez
sair, dizendo: 'Ide falar ao povo, no Templo, sobre tudo o que se refere
a este modo de viver.'
Eles obedeceram e, ao amanhecer, entraram no Templo e começaram a
ensinar" (At 5, 17 - 26). O chefe da Guarda do Templo e o Sumo
Sacerdote achavam que iam impedir a missão dos Apóstolos. Enganaram-se!
Não adianta lutar contra a Obra de Deus! Ele tem legiões
de Anjos para nos socorrer. Não tenhamos medo. Ele nos protege e nos dá
asa de águia para voltar sempre para nosso lugar de missão. Nem vales ou
montanhas; nem guarda nem sumo sacerdote irão nos impedir. Creio nisso!
Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM
SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Fazei-nos confiar na Vossa Proteção Paterna!
- Fazei-nos confiar na Vossa Proteção Paterna!
- Mandai sempre Vossos Anjos para nos libertar pra missão!
- Não permitas que os poderes deste mundo nos proíbam de anunciar-Vos!
- Libertai-nos do medo dos perseguidores da Vossa Igreja!
- Acolhei nossos louvores pelo testemunho de São Pedro e São João...
AMEM!
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