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terça-feira, 23 de maio de 2017

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.

  
"CONCLAVE DE FELINOS" (At 25,13b-21).
                                 Pe. Natalício.
                                                                                            Quase no final do curso teológico, tivemos uma crise séria no Seminário Paulo VI em Londrina. O Curso de Teologia era para os seminarista das Províncias Eclesiástica de Londrina e Maringá. São oito Dioceses até hoje: Jacarezinho, Cornélio Procópio, Londrina, Apucarana, Maringá, Campo Mourão, Umuarama e Paranavaí. Também estudavam ali os seminaristas capuchinhos. A vida acadêmica era coordenada pelos Padre Franciscanos. Também estudavam algumas religiosas consagradas e leigos. Mas, nós, seminaristas diocesanos, vivíamos ali no mesmo prédio. Tínhamos vida normal de qualquer seminário. Mas não estávamos contentes. Queríamos mudança. A minha turma era composta de 11 seminaristas. Formávamos a primeira turma daquele curso.
                                                                                          Certo dia tomos uma atitude. Fizemos uma carta endereçada aos bispos das duas Provícias que iam estar reunidos em Maringá. Entre os pedidos estava a troca do reitor, permissão para participar de uma Semana Teológica em Curitiba e formar pequenas comunidades de seminaristas. Cada Diocese devia ter sua casa e cuidar dos seus seminaristas. Quem ia levar a carta era o reitor que também ia participar da reunião dos bispos. Então achamos que devíamos ler a carta para ele para que ficasse sabendo do seu conteúdo. Nossa turma se reuniu e coube a mim a tarefa de fazer a leitura. Isso me rendeu quase a expulsão do seminário. O tal reitor não me queria mais no seminário. Teria dito que o futuro do Paulo VI dependia da minha permanência ou não ali... 
                                                                                         Enquanto acontecia a reunião em Maringá ficamos ansiosos pelas respostas. Seríamos como ratinhos esperando a sentença dos felinos a respeito do nosso futuro. Foram horas de muita angústia. Estávamos dependendo das decisões das autoridades reunidas. Acredito que o Apóstolo Paulo também passou por isso. Foi julgado por um grupo de pessoas importantes. Era o Rei Agripa e Berenice. Também participou do processo Festo e Félix além de todas a acusações dos judeus. Queriam condenar o Apóstolo por afirmar que Jesus estava vivo. Festo fez-lhe uma proposta: "Perguntei então a Paulo se ele preferia ir a Jerusalém, para ser julgado lá. Mas Paulo fez uma apelação para que a sua causa fosse reservada ao juízo do Augusto Imperador. Então ordenei que ficasse preso até que eu pudesse enviá-lo a César'"(At 25,13b-21).
                                                                                          Foi assim que Paulo foi para na cede do Império! Foi  assim que a Semente o Reino de Jesus foi plantada na Cidade Eterna. Quem podia imaginar que aquela angústia toda com o processo de condenação iria ser a porta para a semeadura do Evangelho em Roma? Quem poderia imaginar que Roma iria substituir a cidade de Jerusalém e ser a cede da Igreja de Jesus? Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas. Ou melhor: Deus escreve certo por linhas certas e nós achamos que são tortas. Temos que aprender confiar na Providência Divina. Toda a nossa crise na Teologia possibilitou a convivência com um novo Reitor de grande valor. João de Aviz nos ajudou tanto e se tornou bispo, Arcebispo e hoje, é Cardeal servindo a Igreja em Roma. 
                                                                                           O Seminário Paulo VI de fato acabou. Mas não foi culpa minha. Depois de mim, muito outros seminaristas dali foram ordenados padre. Por outro lado, vejo com alegria que o projeto das pequenas comunidade de seminaristas está funcionando. Valeu ter ariscado meu pescoço! Além do mais, aprendemos a ter convicções naquilo que acreditamos. Aprendemos a não ter medo de defender a verdade e combater as injustiças. Minha vocação ficou mais firme e madura com tudo aquele sofrimento. Tive que comparecer diante do meu bispo e justificar minhas atitude. Coração ficou apertado, mas amadureceu. Devemos passar por crises e conflitos para conquistar a vitória. Foi isso que aprendi. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
 
 
ORAÇÃO: 
 
  Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito: 
- Não permitas que fiquemos desesperandos diante dos conflitos!
- Fortalecei nossa fé e confiança em Vossa Divina Providência!
- Permanecei no comando de nossos passos e atitudes!
- Fazei que nossos sofrimentos sejam úteis na implantação de Vosso Reino!
- Acolhei nossa gratidão por administrares nossos atos...
                                                                               AMÉM!
 



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