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terça-feira, 1 de novembro de 2016

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NARALICIO.


       
"ENXADA ABANDONADA" (Lc 14, 15 - 24).
                  Pe. Natalício.

                                                                      Fui criado com meu pai no trabalho da roça. Desde criança acostumei a manejar as ferramentas do roceiro. Uma das primeiras foi a enxada. Depois a foice, o martelo, o serrote e o machado. Meu pai nos ensinou a usar as ferramentas corretamente. Aprendi a amolar a foice com todo cuidado para não cortar a mão. A pedra de amolar ficava na beira do rego d'água para facilitar, pois a pedra molhada fica melhor no processo. Aprendi a encabar a enxada. Tinha que ficar na medida certa para lavrar a terra. Aprendi a diferença entre colocar o cabo na enxada e no enxadão. Quando já era mais grandinho, aprendi a trabalhar do lado direito e do lado esquerdo. Muita gente só trabalha com a mão direita na frente. Isso prejudica a coluna e cansa muito mais.
                                                                       Ainda em Minas Gerais, quando fui aprender a usar o machado do lado canhoto, fiz um corte muito dolorido perto do joelho, com o bico daquela ferramente pesada. Tenho essa marca até hoje na minha perna esquerda. Com 13 anos, minha família mudou-se para o Paraná e tive que aprender a manejar outras ferramentas. Usei muito a plantadeira manual, a famosa "teco-teco". Tinha que saber usar o ritmo dela para plantar corretamente. Quanto milho e feijão plantei com aquele objeto. Aprendi também a manejar o "cambão" de bater feijão. Nas terras de Minas a gente usava vara de aroeira. Mas o "cambão" é mais prático. Uma barra de ferro presa num porrete era o equipamento para debulhar um terreiro de feijão. Tinha que saber usar corretamente aquilo para não levar umas "bordoadas" nos cotovelos...
                                                                        Foi assim que vivi até aos 20 anos quando fui chamado para o Seminário. Por vários meios, senti o chamado do céu para semear a Palavra de Deus. Senti o convite para colaborar nas colheitas do Reino de Deus. Parecia impossível entrar nas fileiras dos operários do Reino. Tinha milhares de motivos para dizer "não". Não tinha estudos. Não tinha cultura urbana. Como pode um "caboclo do mato" se tornar padre? Pensei, muitas vezes, em fugir para longe e me acomodar. Hoje, penso muito nisso, ao ouvir o cântico "Te amarei Senhor", no segundo verso. Mas o chamado do Senhor foi mais forte e venceu.
                                                                        Jesus contou uma história interessante sobre um homem que fez um banquete e mandou convidar muita gente para a festa. Mas cada um tinha uma desculpa! Era a compra de um terreno. Era a boiada adquirida. Outro tinha se casado. Não foram... O tal homem ficou furioso e mandou chamar os pobres e aleijados. A sala ficou cheia de convidados (Lc  14,  15 - 24). Essa história faz a gente refletir sobre os convites que o Senhor Deus continua fazendo e que muitas vezes recusamos. Claro que temos muitas coisas a fazer e são coisas necessárias pra nossa sobrevivência. Temos que ganhar o pão com o nosso trabalho, mas a participação no banquete não vai o dia todo, nem todos os dias, semana, meses ou ano.
                                                                         No fundo é questão de escolha e de preferência. Precisamos distribuir e aproveitar melhor o tempo. Mas é muito vergonhoso a gente não ter tempo para o Senhor. É idolatria mesmo e fico me perguntando quais são os ídolos mais poderosos que nos afastam de Deus. Grandes ou pequenos, todos nós temos os nossos ídolos. É preciso destruí-los, pois não dá pra servir a dois senhores. Mas o Reino de Deus, vai vencer! Disso não tenho dúvida! É isso que eu prego! É isso que eu creio! Que ASSIM SEJA...

 
 
ORAÇÃO:

 
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Libertai-nos de toda e qualquer idolatria!
- Livrai-nos do pecado da omissão!
- Dai-nos sabedoria para não rejeitarmos Vossos Convites!
- Fortalecei-nos para não cairmos na tentação das idolatrias!
- Acolhei nossos louvores pelo Banquete que nos oferece constantemente...
                                                                                                           AMÉM!

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