"SURPREZA NO BARRO" (Pr 3, 27-34).
Pe. Natalício.
Em 2008, tomei posse como Pároco aqui em Marilândia do Sul.
Todas as terças feiras ia e, ainda vou, visitar minha família e minha
mãe em Ivaiporã. Fazia menos de um ano que estava viúva e era muito bom
ficar ao seu lado. Com o carro vermelho-vinho da Paróquia, percorria os
115 kilômetros para passar algumas horas com ela. Nos primeiros meses na
nova Paróquia, tive uma surpresa inédita! Recebi a visita da irmã de um
Padre meu amigo. Aquela senhora estava muito deprimida e precisava de
ajuda. É engraçado como nós Padres, temos dificuldades em ajudar nossos
próprios parentes! Eu tive essa experiência
com minha irmã Cassiana. Precisei do Padre Fernando para ajudá-la.
Agora sou eu que tenho que ajudar a irmã de outro Padre. De vez em
quando ainda a ajudo...
Naquele dia, quiz mostrar-lhe
minha cidade e as belezas da minha região. Tinha planejado de chegar até
Ariranha do Ivaí, no extremo-sul da nossa Diocese. Já era fim de tarde e
havia chovido. No trevo onde pega o asfalto para Ariranha, resolvemos
voltar. Para virar o carro entrei um pouquinho num carreador. Mas a
terra estava muito molhada pela chuva e não conseguia. Os pneus
patinavam muito. Quanto mais acelerava mais ficava atolado! O carro ia
encostando numa mata de eucaliptos. Aquilo foi me angustiando muito!
Precisava pedir socorro! Mas aquele carreador parecia estar abandonado.
Não demonstrava ser frequentado!
Mesmo assim resolvi descer até o
fundo do sítio e ver se encontrava alguém pra nos ajudar. Deixei minha
amiga no carro e "lasquei o pé no barrão". No fundo do sítio encontrei
uma casa de gente muito pobre. Um casal de pais com um filho jovem,
casado e com a esposa grávida. Podia-se notar que havia muita pobreza e
sofrimento naquelas pessoas. Mas quando falei da minha situação não
tiveram dúvidas, subiram comigo até a boca do carreador e se enlamearam
tudo e nos tiraram do atoleiro. Nunca mais me esqueci daquela gente. Até
voltei lá outra vez para levar umas roupas para a criança da Cristina
que estava pra nascer. Terei que agradecer, pelo resto dos meus
dias, aquele gesto de bondade. Aqueles dois homens e aquela senhora
fizeram tanta força! Só não veio a mulher grávida, claro...
Lendo o Livro dos Provérbios nos fala sobre o que aquelas pessoas
fizeram pra nós. Peguemos o capítulo 3 do versículo 27 ao 34 e vamos ler: "Meu filho, não recuses um favor a quem dele necessita, se tu podes fazê-lo. Não digas ao próximo: “Vai embora, volta amanhã, então te darei”, quando podes dar logo! Não trames o mal contra o próximo, quando ele vive contigo cheio de confiança. Não abras processo contra alguém sem motivo, se não te fez mal algum! Não invejes o homem violento, e não escolhas nenhum de seus caminhos, porque o Senhor detesta o perverso..." (Pr 3, 27-34).
Pude notar, naquela tarde que a maior riqueza não é ter dinheiro em
abundância, mas praticar o bem. Na música de Gino e Geno, cujo nome é
"Nossa Senhora Aparecida," tem um trecho que diz assim: "Ó Senhora
Aparecida, não nos deixe perecer. Somos um povo que sonha um, povo que
reza e que crê Acenda a luz da esperança aos pobres que nada tem. Mostre
que a maior riqueza é viver fazendo o bem. Não permita que o homem
possa se afastar de Deus. Cuida, Mãe Aparecida, dos humildes filhos
teus." A MAIOR RIQUEZA É VIVER FAZENDO O BEM. Creio nisso! Prego isso! E
que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que o homem possa se afastar de Vós!
- Fortalecei-nos para ajudar sempre a quem precisar!
- Iluminai-nos para nunca fazer mal a ninguém!
- Dai-nos o desejo da boa convivência!
- Recebei nossa gratidão pelas pessoas bondosas...
AMÉM.
Nenhum comentário:
Postar um comentário