"COISAS DE CARISMÁTICOS" (Hb 2, 5-12)
Pe.
Natalício.
Comecei o meu curso Filosófico em em 1981, no Instituto Filosófico de
Apucarana (IFA). Foram três anos de pesquisas e aprofundamentos, ali no
contato com a natureza. Aprofundamos o pensamento filosófico, procurando
a razão última de todo ser e procuramos conhecer o pensamento de homens
importantes e inteligentes, que marcaram época nesta mesma tarefa. Foi
um período muito precioso, onde aprendemos a questionar a fonte de todo
ser criado. Começamos a duvidar de toda conclusão para descobrir a fonte
da verdade. Neste sentido questionamos até a existência de Deus. Claro
que neste processo, é preciso não parar no meio do caminho. Não pode-se
cansar de procurar respostas.
Foi nesta época dos questionamentos que tive o primeiro contato com a
Renovação Carismática Católica. Aquilo parecia uma coisa muito
esquisita. Achava tudo muito nojento! Toda aquela história de rezar
todos ao mesmo tempo e em línguas diferentes, parecia coisa de loucos!
Aquela história de repouso no Espírito e as pessoas caindo pelo chão, na
hora da oração parecia uma palhaçada! Achava que tava todo mundo
fingindo e enganando as pessoas! Houve até um Padre estrangeiro que
esteve lá no curso, falando da Renovação e ensinando uns cânticos
esquisitos. Era um Padre muito comprido e barrigudo e quando ria,
balançava a barriga! Lembro-me de um dos cânticos que ele ensinava: "Sou
Louco de Amor Por Ti Meu Jesus".
Diante daquelas loucuras, fiz um voto comigo, que nunca aceitaria
aquilo! Achava aquilo muito irreal! Para quem estava desenvolvendo o uso
do raciocínio e da razão, essas "coisas de Carismáticos" eram
inaceitáveis! A Igreja vivia um período forte da Teologia da Libertação.
O assunto "in voga" era a opção preferencial pelos pobres e pelos
jovens! Temas quentes da Conferência de Puebla, realizada no final da
década de 70. Teologia da Libertação e Renovação Carismática eram dois
pólos contraditórios. Então, eu tinha razão de sobra para não gostar de
carismáticos. Nem podia imaginar que tudo isso iria mudar. Aquele que
era contra os Carismáticos, se tornou um defensor ferrenho!
Nos anos 90, quando já era Pároco da Igreja Bom Jesus de Ivaiporã,
tive ocasião de participar de dois Encontros Nacionais da Renovação
Carismática exclusivos para Presbíteros. Um foi pregado por Robert De
Grandis e o outro pelo Italiano Raniero Cantalamessa. Esses Encontros me
ajudaram a entender melhor a Renovação Carismática e os Carismáticos.
Essa mudança que aconteceu comigo, confirma um provérbio comum na boca
do povo: "Nunca diga que dessa água eu não bebo"! Caso semelhante
aconteceu com o Apóstolo Paulo. Pregava contra Cristo, contra os
cristãos e contra a Doutrina Cristã. Depois se tornou um grande
Missionário do Evangelho dando a vida por Jesus! Na Carta aos Hebreus,
podemos ler o seguinte:
"Jesus,
a quem Deus fez pouco menor do que os anjos, nós o vemos coroado de
glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em
favor de todos, ele provou a morte. Convinha
de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que
desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da
salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. Pois tanto Jesus, o Santificador, como os santificados são descendentes do mesmo ancestral" (Hb
2, 5-12). Podemos então notar que, Saulo, o fariseu defensor da
doutrina judaica, se converteu, tornando-se um grande Apóstolo de Jesus!
Todos nós também, devemos estar abertos para a conversão. Devemos
sempre procurar a verdade e ter cuidado para não cairmos na perversão.
Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos omissos na busca da verdade!
- Tornai-nos sedentos pelo bem, pela justiça e pela fé em Jesus Cristo!
- Fazei-nos, perseverantes no processo da conversão!
- Protegei-nos do ceticismo que nos leva a não acreditar em nada!
- Recebei nossa gratidão pela doação de Jesus e o testemunho de Paulo!
AMÉM!
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