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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO

                                



                             "BANDEIRA DE MILHO" (2Cor 9,6-10).
                                                               Pe. Natalício




                                                                 Desde o tempo de menino, aprendi a trabalhar na terra. Gostava de trabalhar com papai naquele pedacinho de terra onde morava o vovô Zezinho. A vida ali naquele sertão era uma rotina. Cada época do ano havia os trabalhos próprios. Durante os meses de maio, junho e julho era tempo da seca forte. Tempo proprício para cortar e moer a cana e fazer rapadura. Mas logo em seguida vinha o preparo das terras para a lavoura das águas. Em setembro e outubro esperávamos as chuvas para plantar o milho e o feijão. Se as terras estivessem preparadas tudo era mais fácil.
                                                                 Normalmente no final de agosto já ficávamos olhando para o céu, esperando umas nuvens de chuva. Era muito triste quando chegava novembro sem chuva! No momento do plantio, papai ia fazendo as "covas" com a enchada e nós íamos colocando os grãos de milho e cobrindo com os pés. Eram 5 grãos de milho em cada cova. Lembro-me de um tempo em que colocava também um grão de feijão de rama. Era pra crescer junto. Quando o milho ficava grande os cipós do feijão cobriam tudo. Eram umas vagens compridas! Algumas ficavam maior que um palmo. A colheita era abundante! De milho e de feijão. Mas era só pra despesa da famílha. 
                                                                  Algumas vezes papai vendia um pouco que sobrava do consumo. Na hora da colheita do milho era legal. O pés de milho ficavam bem alto e tinham espigas enormes. Tínhamos que, com as mãos, quebrar a espiga e deitar as canas. As espigas eram amontoadas no chão, junto à alguns pés de milho que permaneciam em pé, pra assinalarem onde havia um monte de espigas. Aquilo era chamado de BANDEIRA DE MILHO. De longe dava para perceber quantos montes havia. No fim da tarde, papai vinha com o cavalo arreado de cangaia e um balaião de cada lado e transportava todo o milho para o terreiro de casa.
                                                                   Era um montão de milho! Devíamos restolhar e guardar as espigas melhores no paiol para tratar das galinhas e dos porcos durante o ano todo. No tempo das águas o moinho funcionava e havia fartura de fubá. Era uma festa tudo isso. Hoje, quando ouço a música "A Colheta" de Chitãozinho e Chororó, fico com uma saudade enorme de tudo isso. Acredito que o Apóstolo Paulo também trabalhou na roça! Ele fala de semente, plantio e colheita. Usa dessa experiência para falar das coisas do Evangelho. Vamos ler o que ele escreveu? "Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza". 
                                                                   Isso quer dizer que não devemos ser mesquinho em doar nossa vida. Quem entregar essa vida a receberá com abundância. Neste sentido, afirmou o seguinte: "Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus "ama quem dá com alegria". Essa orientação faz lembrar os nossos Mártires, entre eles destaco São Lourenço que morreu queimado mas não renunciou sua fé. Fez doação de tudo o que possuia. É um desafio para todos nós. O Apóstolo Paulo ainda fala de sementes abundantes e dos frutos da justiça: "Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça" (2Cor 9,6-10).
                                                                  São Lourenço, cujo martírio celebreamos em 10 de agosto, é um modelo de santidade para todos nós. Devemos dar o melhor. Precisamos também motivar as novas gerações para essa doação. No mes de agosto somos chamados a refletirmos sobre a vocação de cada um e a vocação de todos nós. As pastorais são canteiros especiais para lançarmos as sementes do Reino. Devemos incentivar a participação de mais gente. Devemos semear sem preguiça e com boa vontade. A colheita será maravilhosa. Teremos muitas espigas e BANDEIRAS DE MILHO. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...    
                                                                

 ORAÇÃO:
 
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos preguiçosos na Vossa Semeadura!
- Fazei que a Semente do Vosso Amor seja semeada constantemente em nossos corações!
- Conservai-nos firmes na missão como os Santos Mártires!
- Confirmai colheita abundante das sementes que semeamos!
- Aceitai nossa gratidão pelo testemunho dos Santos Mártires...
                                                                                             AMÉM.

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