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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.


          
 
                          "CHALEIRA DE CHOCOLATE" (Dt 10, 12 - 22).
                                  Pe. Natalício.



                                                               Era o ano de 1968, mês de julho, minha família chegava de mudança aqui no Paraná. Viemos morar no meio de muita gente estranha. Só havia cinco famílias conhecidas. Todas parentes. Vovô Francisco com a vovó Cassiana; Tio Pedro com Tia Jandira, Tio Chiquito com Tia Luzia, Tio Vavá com Tia Nazira e Tio Domingos com Tia Genira que vieram conosco na mudança. Claro que havia outros conhecidos do papai desde lá de Minas Gerais. Mas não era muita gente. Havia muita gente estranha na vizinhança....
                                                               Vizinhos de sítio eram: Joaquim Mineiro, Joaquim Maria, Agostinho, Dinelson, João Chorão. No fundo do sítio, do outro lado do córrego, havia uma propriedade com desmatamento pela metade. Não conhecíamos as pessoas, apenas sabíamos os nomes. Diziam que aquelas terras eram dos espanhóies e cariocas. Mas moravam na cabeceira do sítio e não tinha caminho fácil. Ali na água do Querubim havia outras famílias que se reuniam para rezar o terço nas noites do mês de maio.
                                                               Essa peregrinação da Imagem de Nossa Senhora fazia reunir muita gente. Era um momento muito bom onde acontecia confraternização e conhecimento maior das pessoas. Eu era rapaizinho e ficava observando as mocinhas e pensando até em arrumar uma namoradinha. Gostava da Fátima, da Maria, irmã da tia Luzia, da Natalina, da Dita, da Maria Aparecida do Seu Esmeraldo, da Lourdes... Tive até um começo de namoro com uma ou duas delas. Havia sempre uma fogueira para aquecer e clarear já que não tinha luz elétrica.
                                                               Depois do terço, rezado com muitos cânticos, dirigido pelo Geraldo Irineu ou pelo Zé Vitor, havia sempre um cafezinho, chá ou chocolate servido lá no terreiro. As vezes tinha bolo ou bolacha para fazer compania. Eu gostava mesmo era do chocolate. Ficava esperando a chaleira passar perto de mim. Aqueles primeiros anos foram muito difíceis pra nós. Éramos estrangeiros no meio dos estranhos. Fomos percebendo que havia muita gente boa, mas havia alguns que não era boa gente.
                                                                Sobre isso, podemos ler o que a Bíblia diz sobre acolher bem os estrangeiros: " Deus faz justiça ao órfão e à viúva, ama o estrangeiro e lhe dá alimento e roupa. Portanto, amai os estrangeiros, porque vós também fostes estrangeiros na terra do Egito. Temerás o Senhor teu Deus e só a ele servirás; a ele te apegarás e jurarás por seu nome. Ele é o teu louvor, ele é o teu Deus, que fez por ti essas coisas grandes e terríveis que viste com teus próprios olhos. Ao descerem para o Egito, teus pais eram apenas setenta pessoas, e agora o Senhor teu Deus te fez tão numeroso quanto as estrelas do céu” (Dt 10, 12 - 22).
                                                                 Podemos notar, lendo o texto, que Deus defende os fracos e manda-nos acolher  bem os estrangeiros, até por questão de gratidão pois nossos antepassados foram estrangeiros no Egito. Por isso devemos nos aperfeiçoar na prática da caridade e do acolhimento. Na verdade, a grande maioria das pessoas não moram onde nasceram. Somos todos migrantes. Somos todos estrangeiros. Devemos melhorar nossa acolhida. Acolhimento faz muito bem. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso. E que ASSIM SEJA...



ORAÇÃO:


Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos indiferentes ao sofrimento das pessoas!
- Fazei-nos crescer no sentimento de acolhida!
- Ajudai-nos a fazer o melhor para nosso próximo!
- Libertai-nos do medo de conviver com os estranhos!
- Recebei nossa gratidão pelas comunidades acolhedoras...
                                                                                              AMÉM.

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