"TIÇÃO FORA DA FOGUEIRA" (Am 3, 1-8; 4, 11-12).
Pe. Natalício.
Encerrando o mês de junho e começando o mês de junho, estamos saboreando umas noites bem frias. Mas, são coisas próprias desse tempo. É um tempo propício para fazer festas comunitárias. Festas juninas ou julinas. Nos dias atuais, marcados pela informática muita gente não sabe o valor que tem uma fogueira. Mas uma grande parte do povo, sabe e carrega bonitas lembranças. Quantas coisas bonitas em volta de uma fogueira! Havia até a arte de fazer bem uma fogueira! Aconteciam até concursos da maior fogueira.
Na comunidade São João Batista, no Bairro dos Costas em Marilândia do Sul, participei algumas vezes de uma bonita festa de São João. Senhor João Teles e sua família tinham o costume bonito de homenagear o Padroeiro da comunidade. A festa começava com a Missa, a Bênção da fogueira, que era sempre muito alta. Alguém entendido caprichava na confecção da obra de arte. Depois da Bênção, alguém treinado subia no pico da fogueira para acendê-la.
Aquela chama pequena ia crescendo, crescendo, chamando a atenção e despertando a curiosidade de todos. Especialmente das crianças, que ficavam mais encantadas. Mas havia sempre o perigo de escapar um tição de fogo e atingir alguém. A fogueira era tão grande que a madrugada toda não era suficiente para devorá-la. O dia amanhecia e ainda tinha lenha queimando. Depois mais tarde, podíamos perceber que algumas peças de madeira tinham ficado fora da fogueira que se apagara. Muita vezes ficava a meditar sobre isso:
Tição fora da fogueira é como Cristão fora da Igreja. Se apaga, não ilumina e não aquece. Mas esta meditação já foi feita muitos anos atrás pelo Profeta Amós: "Falou o Senhor Deus, quem não será seu Profeta?” Eu arrasei-vos, como arrasei Sodoma e Gomorra, e ficastes como um tição, retirado da fogueira; e, contudo, não voltastes para mim”, diz o Senhor. Por isso, assim te tratarei, Israel; e, porque sabes como te vou tratar, prepara-te, Israel, para ajustar contas com o teu Deus"... O Profeta usa uma linguagem de muitas figuras em parábolas. Fala do leão que ruge e o tição fora da fogueira. Mas a mensagem do texto todo é uma advertência para conversão dos povos.
O Profeta Amós
é o Profeta que defende o direito dos oprimidos. Faz uma série de
perguntas enigmáticas, incentivando o povo a pensar. As perguntas servem
para profetas, lideranças do povo e para o próprio povo. Vamos conferir
o texto novamente: “Dentre todas as nações da terra, somente a vós reconheci; por isso usarei o castigo por todas as vossas iniquidades. Se duas pessoas caminham juntas, não é porque estão de acordo? Se
o leão ruge na selva, não é porque encontrou a presa? Se no covil rosna
o filhote do leão, não é porque agarrou sua parte?..." (Am 3, 1-8; 4, 11-12).
O
questionamento do Profeta é válido também hoje. Ainda temos muitas
formas de exploração. Muitos Profetas são acomodados, não assumem a
causa do povo. Falta anúncio e denúncia. Grande parte do povo é enganada
e aceita a corrupção passivamente. A situação precisa mudar! A Igreja
precisa assumir mais a sua Missão Profética. Igreja, entenda-se, toda
pessoa batizada em nome de Jesus. Fazemos parte do povo de Deus. Somos o
povo de Deus! Portanto, devemo-nos comportar como tal. Creio nisso!
Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos acomodados perante as injustiças!
- Fortalecei a nossa união como Povo Eleito!
- Fazei que a Igreja seja cada vez mais Profética e Missionária!
- Perdoai-nos pelas vezes que ficamos desunidos!
- Acolhei nossos louvores pelo testemunho dos Profetas!
AMÉM!
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