"PÉ NA FOGUEIRA" (Dn 3, 25.34-43)
Pe. Natalício.
Minha vida de fé, tem muito a ver com a religiosidade popular. Com
papai e mamãe, rezávamos o terço todas as noites. Eram da Irmandade dos
Carmelitas: "Irmão do Carmo" e cantavam o ofício de Nossa Senhora.
Paticipávamos de todas as Missas que eram celebradas na nossa Capela e
na Capela visinha. Folia de Reis era maravilhoso e gostávamos muito.
Guardávamos todos os dias Santos! Havia o costume de fazer promessas à
Deus ou aos santos para alcançar uma graça especial. No dia de Santa
Cruz, bem de madrugadinha, íamos enfeitar o cruzeiro que havia no campo
em frente à nossa casa.
Quando passava muito tempo sem chover, pegava água no córrego e lavava o
pé da Santa Cruz. Todas essas atividades da religiosidade popular eram
maravilhosas. Mas não havia o costume de levantar bandeira de São João,
Santo Antonio e São Pedro. Somente aqui no Paraná tive contato com as
fogueiras e todas as festas juninas. Lembro-me das casas dos nossos
vizinhos lá no Jacutinga e da alegria que havia nas noites de fogueira.
Foi aí que descobri a importância da religiosidade popolar. Além de
iluminar e aquecer, (valores do Evangelho), também provoca a união e
alegria das pessoas!
Quanta
alegria, emoção, paquera, namoro, brincadeiras em volta de uma
fogueira! Entendi tanto o seu valor que passei a dar muito
mais importância nas Comunidades por onde passei. Minha primeira
Paróquia foi em São João do Ivaí. Claro que a Festa do padroeiro era uma
maravilha! As fogueiras eram feitas com muita e eficiência! Na hora de
benzer e ascender a fogueira, era uma emoção. Bandeira subindo e
foguetes estourando! O povo cantava, rezava e aplaudia! Quando a
fogueira já estava quase terminando de queimar, já na madrugada,
apareciam as pessoas querendo passar de um lado para o outro pisando
descalço nas brasas...
Não conseguia acreditar, mas havia gente que passava! Aquilo era
incrível! Como podia acontecer? É Graça de Deus! Ao ler a bíblia, pude
perceber o que aconteceu com o Profeta Daniel. Os jovens jogados na
fornalha de Nabucodonosor cantavam e louvavam a Deus! É impressionante a
oração que Azarias fez a Deus, passeando pelo meio do fogo. Vejamos um
trecho: "Azarias parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a boca no meio do fogo, disse: Oh! não nos desampares nunca, nós te pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por Israel, teu Santo...
Não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor” (Dn 3, 25.34-43). Percebemos que Azarias, mesmo no meio do fogo, apresentou
a Deus a sua oração. Pedindo socorro e libertação! Isso nos ensina que
tambem nós devemos estar sempre em oração mesmo nos momentos mais
difíceis. Percebemos muita gente, nestes momentos, perdem o equilíbrio
e até mesmo a fé. Não devemos perder o equilíbrio e muito menos a Fé! Creio nisso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos fracos na Fé!
- Dai-nos serenidade para suportamos os sofrimentos da vida!
- Libertai-nos do desespero da hora da dor!
- Fazei-nos fortes na oração!
- Recebei nossa gratidão por sempre nos atender!
AMÉM!
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