"MEU AMIGO BRAULIO" (Gn 37, 3 - 4. 12 - 13. 17 - 28).
Pe. Natalício.
No meu tempo de criança, no estado de Minas Gerais, não tínhamos muito conforto. A água que consumíamos era colhida no rego que seguia até o moinho de fubá. Portanto, era água do córrego! Não havia filtro. A água era conservada numa lata, num pote, ou numa botija de barro. O perigo de pegar alguma doença era constante. Mas não havia condições de ter algo melhor. Quando viemos morar nas terras do Paraná, por longos anos, usamos "água de mina". Perto de casa, no pé do morro, coberto de mato, brotava uma mina de água pura e cristalina. Com uma bica feita com tronco de coqueiro, enchíamos as vasilhas d'água...
Não sabíamos o que era uma cisterna. Aliás, muita gente não sabe! Quando me tornei rapaizinho, fiquei conhecendo essa maneira de tirar água da terra. Mesmo no alto dos morros, furando o chão, até uma certa fundura, constuma-se encontrar água. Em alguns lugares precisa furar muitos metros. Em outros, nem tanto. Mas há lugares que não se consegue encontrar água. Para isso existe gente com muita prática. Conheço pessoas que, com apenas um galho de árvore conseguem localizar o lugar exato onde se deve furar uma cisterna. Aqui em Marilândia do Sul, conheço o Braulio, que é meu amigo e coopera com nossa Rádio Estrela da Manhã. Ele é bom nisso...
Ao lado da Capela, da Diaconia da Serrinha, onde eu frequentava antes de ir para o Seminário, foi furado uma cisterna, de onde tirei muita água para lavar a igreja e matar a sede do povo. Quantas maniveladas dei naquele sarilho! Não sei se ainda tem essa cisterna ali. Pode ter sido desativada. Por algumas razões, algumas cisternas, com o passar do tempo, param de produzir água e ficam sêcas. Foi numa dessas cisternas sêcas, que jogaram o José, Filho de Jacó. Foi por causa do ciúme e da inveja dos irmãos que fizeram isso! O velho pai tinha um carinho especial por aquele filho e isso dispertou sentimentos maldosos no coração dos outros filhos...
Foi por pouco que não deixaram o irmão morrer lentamente naquele buraco escuro. Ainda bem que tiveram uma idéia menos pior! A idéia foi de Judá. Todos aprovaram e José foi vendido, como escravo, para negociantes que o levaram para o Egito (Gn 37, 3 - 4. 12 - 13. 17 - 28). Nem podiam imaginar que aquele irmão maltratado e vendido como escravo iria, mais tarde, salvá-los de morrer de fome. Nada acontece por acaso! Deus está sempre no comando. E tudo concorre para o bem dos que amam a Deus. Mas é muito triste perceber que a maldade humana é velha e continua até hoje.
Pecebo que muita gente tem inveja da felicidade alheia. Com isso, não são felizes e provocam o sofrimento dos outros. Todos nós temos nossos volores, nossas qualidades e nossos espaços. Se ficamos com inveja do sucesso alheio, não conseguimos observar nossas virtudes e valores, nossas riquezas e qualidades que podem ser diferentes, mas são nossas. Muita gente perde muita energia querendo destruir a felicidade das outras pessoas. Poderiam usar suas energias para melhorar sua qualidade de vida. Mas isso vai acontecer. É questão de conversão. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos dominados pelo poder do ciume e da inveja!
- Dai-nos forças e sabedoria para respeitarmos sempre a vida!
- Libertai-nos de todo ciúme doentio!
- Fazei-nos entender que temos nossos valores e virtudes!
- Aceitai nossa gratidão por conduzirdes para o bem nossa vida...
AMÉM
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