"BANDEIRA DE MILHO" (2Cor 9,6-10).
Pe. Natalício.
Desde o tempo de menino, aprendi a trabalhar na terra. Gostava de trabalhar com papai naquele pedacinho de terra onde morava o vovô Zezinho. A vida ali naquele sertão era uma rotina. Cada época do ano havia os trabalhos próprios. Durante os meses de maio, junho e julho era tempo da seca forte. Tempo propício para cortar e moer a cana e fazer rapadura. Mas logo em seguida vinha o preparo das terras para a lavoura das águas. Em setembro e outubro esperávamos as chuvas para plantar o milho e o feijão. Se as terras estivessem preparadas tudo era mais fácil.
Desde o tempo de menino, aprendi a trabalhar na terra. Gostava de trabalhar com papai naquele pedacinho de terra onde morava o vovô Zezinho. A vida ali naquele sertão era uma rotina. Cada época do ano havia os trabalhos próprios. Durante os meses de maio, junho e julho era tempo da seca forte. Tempo propício para cortar e moer a cana e fazer rapadura. Mas logo em seguida vinha o preparo das terras para a lavoura das águas. Em setembro e outubro esperávamos as chuvas para plantar o milho e o feijão. Se as terras estivessem preparadas tudo era mais fácil.
Normalmente no final de agosto já ficávamos olhando para o céu,
esperando umas nuvens de chuva. Era muito triste quando chegava novembro
sem chuva! No momento do plantio, papai ia fazendo
as "covas" com a enxada e nós íamos colocando os grãos de milho e
cobrindo com os pés. Eram 5 grãos de milho em cada cova. Lembro-me de um
tempo em que colocava também um grão de feijão de rama. Era pra crescer
junto. Quando o milho ficava grande os cipós
do feijão cobriam tudo. Eram umas vagens compridas! Algumas ficavam
maior que um palmo. A colheita era abundante! De milho e de feijão. Mas
era só pra despesa da família.
Algumas vezes papai vendia um pouco que sobrava do consumo. Na hora da
colheita do milho era legal. O pés de milho ficavam bem alto e tinham
espigas enormes. Tínhamos que, com as mãos, quebrar
a espiga e deitar as canas. As espigas eram amontoadas no chão, junto à
alguns pés de milho que permaneciam em pé, pra assinalarem onde havia um
monte de espigas. Aquilo era chamado de BANDEIRA DE MILHO. De longe
dava para perceber quantos montes havia. No
fim da tarde, papai vinha com o cavalo arreado de cangaia e um balaião
de cada lado e transportava todo o milho para o terreiro de casa.
Era um montão de milho! Devíamos restolhar e guardar as espigas melhores
no paiol para tratar das galinhas e dos porcos durante o ano todo. No
tempo das águas o moinho funcionava e havia
fartura de fubá. Era uma festa tudo isso. Hoje, quando ouço a música "A
Colheita" de Chitãozinho e Xororó, fico com uma saudade enorme de tudo
isso. Acredito que o Apóstolo Paulo também trabalhou na roça! Ele fala
de semente, plantio e colheita. Usa dessa experiência
para falar das coisas do Evangelho. Vamos ler o que ele escreveu? "Quem
semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá
também com largueza".
Isso
quer dizer que não devemos ser mesquinho em doar nossa vida. Quem
entregar essa vida a receberá com abundância. Neste sentido, afirmou o
seguinte: "Dê cada um conforme tiver decidido
em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus "ama quem dá
com alegria". Essa orientação faz lembrar os nossos Mártires, entre eles
destaco São Lourenço que morreu queimado mas não renunciou sua fé. Fez
doação de tudo o que possuía. É um desafio
para todos nós. O Apóstolo Paulo ainda fala de sementes abundantes e dos
frutos da justiça: "Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o
pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará
os frutos da vossa justiça" (2Cor 9,6-10).
São
Lourenço, cujo martírio celebramos em 10 de agosto, é um modelo de
santidade para todos nós. Devemos dar o melhor. Precisamos também
motivar as novas gerações para essa doação. No mês de
agosto somos chamados a refletirmos sobre a vocação de cada um e a
vocação de todos nós. As pastorais são canteiros especiais para
lançarmos as sementes do Reino. Devemos incentivar a participação de
mais gente. Devemos semear sem preguiça e com boa vontade.
A colheita será maravilhosa. Teremos muitas espigas e BANDEIRAS DE
MILHO. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM
SEJA!
ORAÇÃO:
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos preguiçosos na Vossa Semeadura!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos preguiçosos na Vossa Semeadura!
- Fazei que a Semente do Vosso Amor seja semeada constantemente em nossos corações!
- Conservai-nos firmes na missão como os Santos Mártires!
- Confirmai colheita abundante das sementes que semeamos!
- Aceitai nossa gratidão pelo testemunho dos Santos Mártires...
AMÉM.
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