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quarta-feira, 16 de abril de 2014

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.



    

                                "NOS FUNDOS DA SALA DE AULA"(Is 50, 4-9a).
                                    Pe. Natalício.

                                                                           Meu curso Teológico foi feito em Londrina, no Instituto Paulo VI, nas margens do Lago Igapó. Começamos no ano de 1984 e terminamos em 87. Foram 4 anos de estudo, meditação, contemplação e convivência. Vivíamos quase a semana toda na mesma casa. Só nos sábados e domingos íamos para as Paróquias nos trabalhos pastorais. Até mesmo as aulas eram realizadas ali no mesmo prédio. Começamos com uma turma de 11 seminaristas de várias Dioceses. Também havia os seminaristas capuchinhos e os de São José Murialdo. Haviam algumas freiras e alguns leigos.
                                                                         Nossa turma era a primeira do Instituto. No decorrer dos 4 anos a casa ficou cheia. Durante as aulas gostava de ficar nos fundos da sala. Não me sentia bem ao sentar nas cadeira da frente. Queria ter visão geral da sala. Dizem que isso é sinal de chefia, de liderança. Não gosto de ter alguém nas minhas costas. Mas, normalmente nos fundos da sala ficam os alunos que conversam muito e fazem umas boas "bagunças". Não gostava disso. Queria ouvir a aula. Era um sofrimento! Ver e ouvir são elementos importantes no processo de aprendizagem. No diálogo, acrescenta-se mais um verbo: falar.
                                                                           Percebo que Deus me deu essas três faculdades bem afiadas. Tanto nas pregações, como nos escritos, tenho usado bem o dom de falar. Mas só fala bem quem tem um bom depósito de conhecimento e experiência. Esses elementos são adquiridos, principalmente, pelo ouvir e pelo olhar. Aqui há um detalhe importante: Deus nos deu dois ouvidos e dois olhos e apenas uma boca. Podemos entender isso como um sinal: falar menos, ouvir e ver mais. Mas não basta acumular conhecimento e informações. É preciso repassá-las. É como a lua que repassa a luz que recebe do sol
.                          
                                                                       Ao lermos o Profeta Isaías, encontramos o seguinte texto: "O Senhor Deus deu-me língua adestrada, para que eu saiba dizer palavras de conforto à pessoa abatida; ele me desperta cada manhã e me excita o ouvido, para prestar atenção como um discípulo. O Senhor abriu-me os ouvidos; não lhe resisti nem voltei atrás" (Is 50, 4-9a). Língua adestrada e ouvidos abertos. Isso é válido para todo ser humano. Mas pra nós padres, nem se fala... Precisamos ver e ouvir a vida do povo e depois ensinar. Pra libertar o povo da escravidão do Egito, Deus VIU E OUVIU o clamor do povo (Êx 3, 7).
                                                                           Nestes dias em que estamos nas expectativas de transferências de padres, devo estar bem atento ao que vejo e ouço. Deve me preparar para o que vou ouvir e enxergar na Paróquia nova. Devo ser como a caixa d'agua: Recebe bastante água da rede até ficar cheinha e abastece as torneiras. Quanto mais distribui, mais recebe. O povo chora, agradece, pede, louva, reclama, sente, espera e acredita. Quero seguir o exemplo dos profetas e pastores. Ouvindo e vendo vou me preparando para o momento de falar. Tenho que confortar e dar ensinamento. "Meu povo perece por falta de conhecimento" (Os 4, 6). Devo aguçar meus ouvidos e olhos e afiar minha língua. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA....
                                                          


ORAÇÃO:


Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que sejamos insensíveis aos sofrimentos das pessoas!
- Abri nosso olhos e ouvidos para perceber os sofrimentos e alegrias do povo!
- Dai-nos a palavra certa, na hora certa e pras pessoas certas!
- Perdoai-nos por não dar mais conhecimento para o Vosso Povo!
- Acolhei nossa gratidão por nos capacitar para a missão....
                                                                                                         AMÉM.

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