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quinta-feira, 24 de abril de 2014

MENSAGEM DIÁRIA Pe. NATALICIO.


      
                              "PESCARIA NO PARANAPANEMA" (At 3, 11-26).
                                         Pe. Natalício.
 
                                                                                   Quando saí da casa de meu pai para ir ao Seminário, morei em Santo Inácio, uma cidade no extremo norte de Nossa Diocese. Faz divisa com o Estado de São Paulo. Há vários quilômetros margeando o Rio Paranapanema. Foram apenas cinco meses (de março à agosto), mas consegui fazer boas amizades, apesar de ter vindo da vida roceira e da minha timidez! Algumas famílias, ainda lembro, até hoje. Uma delas é a família Bragatto e Agostini. Eram os meus primeiros contatos com a vida urbana. Foi muito sofrido pra mim. Nunca havia posado longe da minha família e da minha casa. Mas tive que me acostumar! 
                                                                                    Aqueles cinco meses foram tão preciosos na minha aprendizagem! Quanta coisa aprendi naqueles meses! Lembro-me de um amigo, que me convidou para pescar no paranapanema. Nunca aceitei o convite, mas, ouvi muitas histórias contadas por ele. Histórias de pescador! Me lembro de um fato que achei muito interessante: Falou que os peixinhos, muito pequenininhos que pegava, não devolvia ao rio. Usava-os como isca, para pegar peixes maiores, inclusive traíras. Por várias vezes colocava no anzol o peixinho ainda vivo. 
                                                                                   O coitadinho saia se debatendo e atraindo peixes maiores. Cheguei a ter dó do bichinho! Mas pensei também na honra que aquele peixinho podia sentir ao ser útil para o ser humano ao provocar uma boa pesca. Fiquei a imaginar como também Deus aproveita a fraqueza de algumas pessoas para atrair muitos outros. Isso aconteceu com a Mãe de Jesus, que era uma menina tão simples e humilde, e se tornou causa de atração para grandes multidões. Também aconteceu com Lázaro que, após a ressurreição, atraiu muita gente para Jesus.
                                                                                   Mas há uma outra história no livro do Ato dos Apóstolos que nos chama muita atenção. Trata-se da cura de um paralítico muito conhecido e que vivia pedindo esmolas na porta principal do Templo (At 3, 11-26). Quanto vale um paralítico? Pra que serve? Que utilidade tem? João e Pedro, em nome de Jesus, realizam a cura. E o homem se tornou como uma "isca saborosa", atraindo muita gente para Cristo. Muitas e muitas pessoas aproximaram-se da Igreja de Jesus por causa do seu testemunho. Fica então comprovado que, Deus se serve dos pequenos para evangelizar os grandes. 
                                                                                    Mas essa técnica continua valendo até hoje. Fico a recordar o que diz o Apóstolo Paulo: "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes" (1Cor 1, 27). Em nossas comunidades, temos vários testemunhos a respeito disso. Muitas pessoas insignificantes aos olhos do mundo, mas, escolhidas e capacitadas por Deus, se tornam peças preciosas na edificação do Reino. A minha história vocacional, pode ser enquadrada neste contexto. Pois também era um humilde carpidor de roça e o Senhor me fez Presbítero da Sua Igreja. Ele convida quem quer, onde quer e do jeito que quer! Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra isso! E que ASSIM SEJA...
ORAÇÃO:

Ó Deus, Pai de Poder! 
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que discriminemos pessoas simples e humildes!
- Fazei-nos entender o Vosso jeito de atrair as pessoas!
- libertai-nos do preconceito de inferioridade!
- Perdoai-nos pelas vezes que discriminamos os mais fracos!
- Recebei nossos louvores por não desprezar os mais humildes!
                                                                                                     AMÉM!



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