"PEDAÇO DE CRUZ" (Nm 21, 4-9).
Pe. Natalício.
No mês de outubro do ano passado, estive, com minha mãe, em Minas Gerais. Fomos visitar nossa terra natal. Tivemos várias celebrações em comemoração ao meu Jubileu de 25 anos de Ordenação Presbiteral. Estivemos nas capelas onde fui batizado, crismado e fiz Primeira Comunhão. Também estivemos no local exato onde era a casa onde nasceu mamãe. Também no local onde nasceu papai e onde eu nasci. Não existe mais nem uma das casas. Porém existem ainda restos de construção. Esteios e baldrame. Encontrei também, caída no meio do cascalho, a cruz que ficava em frente a nossa casa.
Por
ser de cerne de aroeira, aqueles pedaços ainda estavam fortes. Até
peguei um braço da Cruz e trouxe comigo. Meu desejo é transformar aquela
peça de aroeira em continhas do Rosário. Seria uma boa destinação para
aquela cruz que marcou a minha infância. Todos os anos no dia três de
maio, bem de manhãzinha, mamãe enfeitava aquela cruz com papel colorido,
cortado em forma de flor, na noite anterior. Para colar aquela flor
artesanal na Cruz, mamãe usava grude feita com polvilho, extraído da
mandioca, que nós plantávamos.
Falando em pedaço de cruz, lembro-me uma história que virou música! A
história fala de um homem que carregava uma cruz pesada. Querendo
diminuir aquele sacrifício ele resolveu cortar um pedaço da cruz. Mas,
se arrependeu depois. Ao chegar num precipício, a cruz inteira serviria
de ponte pra ele passar. Seu arrependimento foi grande mas não tinha
mais recurso. O ensinamento dessa história continua sendo válido pra nós
também. Nossos compromissos, nossa missão cristã, podem ser pesados,
mas, são eles que nos ajudam a fazer a grande passagem para Vida Eterna.
Falando de cruz, lembramos de Jesus, que morreu no Calvário. Pendurado
na cruz, fez nos lembrar do que aconteceu com Moisés no deserto: Por
Ordem de Deus, ergueu uma serpente de bronze, para que todos que fossem
mordido de cobra, ao olhar para aquela serpente de bronze, ficassem
curados (Nm 21, 4-9).
As pessoas ficavam curadas não pelo poder daquela obra de arte, mas
porque aquele objeto lembrava a Promessa de Deus, Sua Palavra Poderosa e
Sua Aliança. A mesma coisa acontece com a cruz que usamos em nossas
casas e na frente delas: Nos alcançam muitas Graças. Não por si só. Mas,
por nos lembrar de Jesus que nos libertou.
Embora alguns irmãos evangélicos, nos acusam de idólatras, porque
usamos a cruz, sabemos que ela continua sendo o Grande Sinal do Cristão:
SEGUIDOR DE JESUS. Foi o Mestre que afirmou: "Quem quiser vir após mim,
tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16, 24). Por isso é que os Missionários
das Santas Missões Populares, no ano 2000, usaram uma cruz especial e a
colocaram na porta de cada casa visitada. Faremos o mesmo, no próximo
ano, aqui na Diocese de Apucarana, por ocasião do Jubileu de 50 anos.
Somos conscientes do risco de transformar a cruz num ídolo. Mas, sabemos
distinguir uma coisa da outra. Adoramos o Cristo que morreu na Cruz.
Mas não adoramos a Cruz sem Jesus. Creio nisso! Prego isso! Trabalho pra
isso! E que ASSEM SEJA...
ORAÇÃO:
Ó Deus, Pai de Poder!
Pelo Vosso Poder Infinito:
- Não permitas que transformemos em ídolos nossos símbolos religiosos!
- Fazei-nos entender que os objetos religiosos são apenas símbolos!
- Ajudai-nos a adorar e servir Jesus que na Cruz morreu por nós!
- Perdoai-nos por não orientar melhor o nosso povo sobre idolatria!
- Recebei nossos louvores pela Vossa preocupação conosco!
AMÉM!
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